sábado, 27 de dezembro de 2008

A revolta

Alguns meses atrás eu e mais um grupo de colegas, tentamos entender o que Albert Camus tentou passar aos seus leitores quando escreveu " O homem revoltado". Questionamos muito com a Profª Maisa o porquê desse texto, poderíamos trabalhar com qualquer outro livro que abordassem a arte, mas lembramos que foi um pedido de nossa companheira Célia que de imediato na divisão das temáticas para os seminários, optou por apresentamos esse tema.

Tudo bem, vamos lá... Leituras e mais leituras, um ligava pro outro, procurávamos informações sobre o trabalho do autor na internet e nada de entendimento vinha a mente. Tinha um site que informava aos leitores que essa obra de Camus não podia ser lida apenas uma vez e sim várias pra chegamos a alguma compreensão, ainda mais que ele citava muito o conceito de niilismo, até então estranho pra nós. Descobrimos também que ele escreveu o livro depois que brigou com um amigo.

Ver só, o cara briga com o outro e escreve um livro para os pobres acadêmicos tentar entender, não seria mais fácil ele dizer um monte de merda ao amigo, tipo um desabafo, ou até quem sabe dá umas bofetadas no indivíduo, porém, felizmente ele preferiu expelir toda a sua raiva em escrita, se essa moda pega, não teriámos tanta guerra e sim muito conhecimento.

Depois de tantas idas e vindas conseguimos apresentar nosso trabalho, e pra ver como o texto era tão complexo e ao mesmo intrigante que depois que mandei os slides pra minha colega acabei refazendo tudo após uma nova leitura do texto, no final ficou ótimo, contudo não deixamos de lembrar que combinamos de ir de preto em consonância ao texto do autor, mas na verdade não era essa a visão de revolta que ele tinha, na hora tivemos que inventar outra coisa pra explicar o preto. (pequenos detalhes)

O que também deixou o seminário interessante foi provocar a turma, lembro-me que coloquei fotos da "Tropa de Elite" pra fazer analogia ao que o autor queria dizer da revolta na arte e coisa e tal, até meu celular acabou virando centro das atenções pra compreendemos os escritos de Camus.

Depois da história passada, eu mesmo fiquei muito curiosa em conhecer mais um pouco as obras de Albert Camus, e até já estou com um livro de poesia dele. Contudo ainda carrego interrogações sobre "o homem revoltado" ou melhor de entender a revolta na visão de Camus.

Hoje por acaso, li um texto no blog Bar das Sequelas, onde o dono do blog relatava a conversa que teve com um amigo, o JC. Por alguns instantes me lembrei muito de Camus e o Homem revoltado. Não sei o que Joaquim quis passar com aquela postagem, talvez nada demais, apenas compartilhar a conversa que teve com um amigo, mas fiquei lendo e sempre tendo a visão de estar vendo uma revolta em forma de palavras de um homem que entre um copo e outro de bebida, desabafou sua revolta com tudo que está a sua volta.

Posso nunca te compreendido a revolta de Albert Camus ou até ao do JC, mas acreditem se quiser, senti inveja daquela revolta... inveja sim! Aquela saudável de querer pelo menos colocar o dedo no nariz ou até fazer coisas que os outros fazem e infelizmente não consigo fazer. Queria por alguns instantes abrir a boca no mundo e dizer o que acho, quem saber dizer um monte de merda sem ter medo de ser condenada por um sociedade políticamente correta e hipócrita, cortar meu cabelo, pintar de loiro, deixar de ser tão correta, aprontar no bom sentido (tá vendo como sou correta)... no final, acredito que acabo como o JC, deixo a ressaca passar e tudo volta ao normal. Que pena que não bebo.

Momentos psicoses ou de revolta mesmo...que como tudo passa, conservando meus cabelos pretos.

Sinopse " Homem Revoltado"

Albert Camus coloca que um homem revoltado, ao contrário do que comumente se entende, não é um homem que rompe com limites, mas sim um homem que os estabelece; isso quer dizer que um homem ao revoltar-se afirma o seu direito além de estabelecer os limites da opressão. Além disto, a revolta sempre se dá em favor de princípios que transcendem o indivíduo, ou seja, uma revolta sempre reclama valores que sejam comuns a outros homens. Eu me revolto, logo, existo.


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